Como postamos anteriormente aqui, Jennifer Lawrence estampa a capa da edição especial dedicada ao Oscar da revista The Wrap. Jennifer fez uma nova sessão de fotos incrível para a revista e também deu uma entrevista que você pode conferir traduzida abaixo exclusivamente pela nossa equipe:
MANTENHA-SE VERDADEIRAEm nossa galeria você encontra as fotos do ensaio fotográfico que Jennifer fez para a revista. Clique nas miniaturas para ser redirecionado:
A estrela de O Lado Bom da Vida, Jennifer Lawrence achava que não era boa em nada até começar a atuar.
As preocupações começaram em Jogos Vorazes, onde Jennifer Lawrence ia para o set e a cada dia com suas atitudes usuais: frases sem decorar, atitudes casuais. Woody Harrelson observava que o trabalho de sua talentosa co-estrela, e a famosa atriz relaxada ouviu, o que imaginamos que seja um verdadeiro elogio: "Você me faz pensar que eu trabalho demais".
Mas as palavras de Woody começaram a perseguir Lawrence. Talvez atuar não fosse fácil, talvez ela precisasse dormir ensaiando suas falas durante a noite, trabalhar duro, ser obcecada como alguns de seus colegas. "Eu estava preocupada, então eu trouxe meu pai", ela disse para a The Wrap. "Eu disse: 'Isso é ruim? Eu preciso decorar ou começar a dizer as falas em voz alta?"
"E o meu pai só dizia: 'Isso não é um problema. Não mude'". Isso não é um problema. Na tenra idade de 22 anos, Jennifer Lawrence foi nomeada ao Oscar de Melhor Atriz duas vez, a primeira foi há dois anos por seu papel como a adolescente ferozmente-determinada que tentava cuidar de sua casa em Inverno da Alma, e o seu segundo foi por sua atuação em uma comédia (que também trata de assunto sério) onde ela se transformou em uma jovem sincera, excêntrica, engraçada, sexy, obscura, magoada e desafiadora viúva em O Lado Bom da Vida. Em um ano nós vimo a candidata mais jovem na categoria de Melhor Atriz de todos os tempos (Quvenzhané Wallis, 9 anos) e a mais velha (Emmanuelle Riva, 85 anos), Lawrence conseguiu outro marco: Ela é a pessoa mais jovem a receber duas nomeações por causa do seu papel principal.
E ela faz isso parecer fácil: "Acredito que as pessoas fazem melhor o seu trabalho quando estão relaxadas - e ela é relaxada", David O. Russell, diretor de O Lado Bom da Vida, disse a The Wrap. "Ela estaria lá no set contando piadas e se divertido, e então depois ela ia gravar uma cena e dava o melhor dela. Ela realmente vive cada momento."
Lawrence sabe que seus métodos vão além do "nunca deixe eles verem você nos lugares" - em vez disso, é mais como "nunca se preocupe". E ao longo de uma surpreendente carreira, que começou quando ela tinha 14 anos, ela lentamente e com dúvidas ocasionais aprendeu a abraçar métodos singulares.
"Eu gosto de trabalhar o mais pouco possível, com certeza", admitiu, dando de ombros enquanto sentava-se em um hotel em West Hollywood, três dias depois de ganhar de ganhar um Screen Actors Guild Awards. "Eu acho que torna mais natural e mais real. Teve um momento em que eu tinha que gravar uma cena, e nós refilmamos cinco ou seis vezes, e eu, dizendo: Eu decorei o que eu estou dizendo, eu decorei o que o meu co-estrela está dizendo, isso não é real".
Mas como fazer isso sem suar, todos os resultados que ela conseguiu sem fazer nenhum esforço em suas grandes atuações como em "Inverno da Alma" e "O Lado Bom da Vida"? Como você pode trabalhar o menos possível e acabar conseguindo duas indicações ao Oscar, além de conseguir papéis em duas franquias em produção, "X-Men" e "Jogos Vorazes"? Ela, definitivamente deve trabalhar duro para aperfeiçoar sua arte em algum momento, certo?
"Você deve imaginar", disse ela com um sorriso.
"Eu não sei, eu sempre estudei as pessoas e sempre fui fascinada por suas reações e sentimentos. E eu acho que essa é a melhor aula de atuação que você pode ter - observar pessoas reais, ouvi-las e escutá-las."
Uma pausa. "Eu sei que isso faz parecer que eu sugo, mas é apenas fácil pra mim. Algumas pessoas são médicos e fazem cirurgias que são muito fáceis para elas. Alguns escritores, as palavras apenas voam. Eu tenho um amigo que pode escrever uma bela canção de partir o coração em apenas 25 minutos. Há certas coisas que as pessoas apenas sentem-se conectadas. E para mim, atuar é uma dessas coisas".
"Eu entendo disso - e isso é bom, porque é praticamente a única coisa que eu entendo em todo mundo".
David O. Russell tem uma foto favorita da Jennifer Lawrence. Ela não foi tirada no set de "O Lado o Bom da Vida", e certamente não é uma foto muito glamourosa - na verdade, o rosto de Lawrence nem sequer aparece na imagem.
Em vez disso, Russell a tirou durante a recente cerimônia do Globo de Ouro, onde Lawrence apareceu com 103 graus de febre, segundo ela, e em seguida, ganhou o prêmio de Melhor Atriz de uma Comédia ou Musical. Depois, nos bastidores, ela pegou um saco de batatas fritas - e quando voltou para o seu lugar, colocou o saco no colo de seu vestido Dior Haute Couture, e com sua mão (que ostentava um enorme anel de diamante Chopard que ela chamou de "bola de neve") lá dentro ela começou a petiscar.
"É a minha foto favorita, é a que tem sua mão toda caprichada com jóias dentro de um saco de batatas fritas", disse Russell. "Essa é a nossa Jennifer. Ela é uma criança surfista e uma mulher glamourosa".
Nativa de Louisville, Lawrence fez sua primeira atuação em uma promo da MTV com 14 anos de idade, em seguida, na série de comédia da TBS, "The Bill Engvall Show", então atuou na estréia da atriz, Lori Petty, como diretora, em "The Poker House". "Eu estava realmente animada, já que as pessoas me diziam que eu era uma boa atriz, porque eu nunca fui boa em nada na minha vida", disse ela. "Eu me sentia estúpida todos os dias na escola, eu não era realmente atlética ou feliz por estar fazendo esportes. Eu simplesmente não conseguia encontrar o meu lugar, e então eu finalmente encontrei algo.
Quando ela teve seu primeiro papel fundamental como a jovem Charlize Theron em "Vidas Que Se Cruzam", a estréia do roteirista de "Babel", Guillermo Arriaga, como diretor, ela temia que seu encanto por suas primeiras experiências como atriz fossem estranhas. "Eu estava apavorada", disse ela. "Eu só tinha um filme, e o diretor realmente gostava de mim. Mas eu pensei, 'eu nunca fiz isso antes e eu nem sei o que estou fazendo. Eu vou ser capaz de fazer isso novamente.' Eu não tenho nenhuma confiança em mim mesma - mas quando eu comecei a me sentir como da primeira vez que eu fiz, eu comecei a confiar um pouco mais em mim mesma."
Até agora ela fez "Inverno da Alma", que estreou no Festival Sundance de Cinema em 2010, Lawrence estava se sentindo feliz com todo o seu processo - e se apaixonou pelo mundo dos filmes independentes. "Esse provavelmente foi o último filme que eu trabalhei e que não houve conversas sobre a audiência", disse ela pensativa. "Nós não esperávamos isso. Depois de lá, fomos para o tapete vermelho do Oscar, o que foi realmente incrível".
Ao mesmo tempo, Lawrence diz que sua facilidade com a atuação na se traduz em todas as facetas do trabalho. "Eu era muito ruim nas audições", disse ela. "Eu me lembro como era frustante quando eu ia fazer audições e alguém havia visto "Vidas Que Se Cruzam" ou "Poker House", e eles diziam, baseado em seu desempenho no filme, eu pensei que fosse ser muito melhor.' Eu senti como se eu estivesse fazendo o filme quando fiz aquilo! Você simplesmente me entregou quatro pedaços de papel e foi tipo, 'atue, macaco, atue'."
Ainda assim, depois de ler o roteiro de "O Lado Bom da Vida", Lawrence estava ansiosa para fazer um teste com Russell, um de seus diretores favoritos. "Eu pensei que fosse ser simplesmente estranho", disse ela sobre sua personagem, Tiffany Maxwell, uma jovem que usou o sexo para tentar aliviar sua dor depois da morte do seu marido. "Eu amei o que ela ensinou, não só para o personagem de Bradley [Cooper], mas para todos nós que estamos sempre pensando em mudar a nós mesmos e não pensamos em gostar de nós mesmos".
Russel achou Lawrence jovem demais para o papel, mas ele teve um pressentimento e concordou com o teste feito via Skype. "Parecia uma formalidade, como ela realmente não tivesse chance", disse ele. "Eu sabia muito pouco sobre ela, mas eu simplesmente tinha aquele pressentimento estranho".
Lawrence fez o teste da casa de seus pais em Louisville, movimentando-se no local para executar as cenas do filme e, em seguida, ela chorou durante uma sequência importante onde Russell leu algumas falas de Cooper. "Ela tem uma qualidade natural, ela é simplesmente ela mesma em sua voz rouca", lembou Russell. "Ela era tão real e verdadeira e tão preciosa, e ela tem seguido muito bem."
Depois que Lawrence chorou, Russel perguntou a ela se precisaria de um lenço. Ela pegou um, andando pelo quarto e quando ia abrindo a porta ela voltou para trás e disse a Russel que não iria naquela sala porque havia visto uma aranha enorme lá alguns dias atrás. "Ela disse que era o tipo de aranha que dobrava as pernas sobre a cabeça", disse Russel. "E ela imitou a aranha de uma forma estranha, que era indescritivelmente irregular e maravilhosamente divertido, foi o que me deixou absolutamente encantado."
Depois de conseguir o papel e aparecer lá para trabalhar, Lawrence lembra que Russell disse a ela que fosse sempre real. "David estava sempre me dizendo para baixar minha voz", disse Lawrence. "Sua principal nota era: 'Sem mentiras. Faça isso sem nenhuma mentira'. Eu pensei: 'tudo bem, eu vou deixar a mentira de lado'".
Como Russell ficava próximo dos atores e gritando instruções e indicações novas no meio das cenas, Lawrence disse que encontrou que descobriu que a experiência de fazer "O Lado Bom da Vida" foi espontânea e desafiadora.
"Ela começa a fazer de um jeito difícil, e você diz: "Não faça dessa forma", e ela sempre faz da maneira mais difícil", disse Russell. "Isso é uma coisa fantástica em uma atriz - uma vontade de abraçar o papel, mas também de seguir em frente dirigindo com firmeza e se arriscando em outras direções".
Falando de outras direções, a carreira de Lawrence, aparentemente, tem ido por dois caminhos paralelos: Por um lado há os independentes: "O Lado Bom da Vida", "Inverno da Alma" e "Vidas Que Se Cruzam", do outro lado, há as franquias como: "X-Men" e "Jogos Vorazes". O lado das franquias traz para seu bolso $10 milhões, mas o lado independente é claramente onde seu coração está.
"Eu tinha feito independentes antes de 'Inverno da Alma'", ela disse, "mas essa foi a primeira vez que eu pude realmente me identificar com o sentimento de ser fria e depois de 18 horas livres, e lá estava todo mundo fazendo a mesma coisa, e todos nós estávamos lá por paixão pelo que estávamos fazendo. É um tipo de sentimento que eu nunca vou ter por filmes de estúdios. Você terá um trailer muito bom, mas você nunca
vai ter que se relacionar com as pessoas. Isso é apenas em filmes independentes, e eu espero por isso todos os dias."
No entanto, ela vai voltar para seus últimos nove dias de gravações do segundo filme de "Jogos Vorazes", depois do Oscar, e então ela vai fazer outro filme de "X-Men". "O primeiro 'X-Men', eu estava muito animada para ver como seria um filme de estúdio gigante", disse ela. "Parecia que ia ser divertido, e foi. Como 'Jogos Vorazes', eu adorei apesar do tamanho. Adorei o roteiro e os livros e eu amei todos os envolvidos nele. Eu não gostei do tamanho, e eu não quero estar em outra franquia. Mas eu não me arrependo de dizer que sim, isso me surpreende. Porque eu esperava por isso".
E agora Lawrence está navegando novamente pelo circuito de premiações com apenas 20 anos de idade. "Estou em um lugar diferente dessa vez", disse ela. "Da última vez eu era nova para a indústria, por isso foi uma explosão, e uma entrada terrível neste negócio. Agora estou mais confortável, por isso não é mais assustador".
Além disso, Russell disse, que Lawrence já sabe se manter em qualquer situação. "Ela não tem medo de expressar sua opinião, seja com Harvey Weinstein ou comigo", disse ele. "Ela não é filtrada, ela tem o brilho, ela não esta nessa para ser uma politica."
Ele riu. "Eu fiz um Q&A com ela uma vez quando ela estava falando sobre seu personagem [em "O Lado Bom da Vida"], e ela disse: "Eu nunca vi nenhum personagem tão teimoso e vulnerável". E eu disse: 'Você acha? Diz isso porque você é assim".